Mulheres

Considerações Iniciais

O Eixo Mulheres da Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas Acolhedoras (CTAs) surge como resposta à urgente necessidade de enfrentar, com políticas públicas específicas, os desafios vivenciados por mulheres em situação de dependência química e vulnerabilidade social.

A realidade feminina nesse contexto apresenta características singulares: muitas mulheres chegam às CTAs após vivências de violência doméstica, abuso sexual, exploração no tráfico de drogas, abandono familiar ou pobreza extrema. Frequentemente, são também mães que sofrem a ruptura do vínculo com seus filhos, situação que aprofunda o sofrimento e amplia os riscos de exclusão social.

Diante desse cenário, o Eixo Mulheres tem como missão garantir acolhimento digno, seguro e humanizado, articulando-se com as áreas de saúde, assistência social, habitação, segurança pública, justiça e trabalho para oferecer respostas integrais. Reconhece-se que a superação da dependência química feminina não se limita ao tratamento clínico, mas exige proteção contra a violência, fortalecimento de vínculos familiares, promoção da autonomia econômica e combate ao estigma social.

Ao se fundamentar em marcos normativos nacionais e internacionais — como a Constituição Federal, a Lei Maria da Penha e a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) —, este eixo estabelece diretrizes sólidas para assegurar que as CTAs se consolidem como espaços de transformação e empoderamento feminino, capazes de resgatar vidas, restaurar famílias e romper ciclos de exclusão.

Fundamentação Normativa e Institucional

O Eixo Mulheres estrutura-se como política pública orientada para a proteção, acolhimento e reintegração social de mulheres em situação de dependência química ou vulnerabilidade social correlata. Sua atuação é legitimada por um conjunto de marcos jurídicos e normativos nacionais e internacionais, entre os quais:

  1. Constituição Federal de 1988 (art. 226, §8º) – assegura assistência do Estado à família e à mulher;

  2. Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) – proteção contra a violência doméstica e familiar;

  3. Sistema Único de Saúde (SUS) – princípio da integralidade e universalidade da atenção em saúde;

  4. Tratados internacionais, como a CEDAW – Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.

Esses dispositivos garantem respaldo legal e institucional para a implementação de ações específicas que respeitem as singularidades da condição feminina.

Diagnóstico Situacional

A vulnerabilidade das mulheres em situação de dependência química é multidimensional e marcada por fatores como:

  1. Histórico de violência doméstica e abuso sexual;
  2. Exploração pelo tráfico de drogas e envolvimento forçado em atividades ilícitas;
  3. Abandono familiar e rompimento de vínculos afetivos;
  4. Pobreza extrema e exclusão social;
  5. Perda ou risco de perda da guarda dos filhos, impactando diretamente a maternidade.

Esse cenário impõe a necessidade de políticas intersetoriais, que articulem saúde, assistência social, habitação, segurança pública e justiça, garantindo uma abordagem integral.

Objetivos Estratégicos Objetivo Geral

Promover a proteção integral, o acolhimento humanizado e a reintegração social de mulheres em situação de dependência química, assegurando igualdade de direitos, dignidade e oportunidades.

Objetivos Específicos
  1. Implantar e fortalecer espaços terapêuticos exclusivos para mulheres nas CTAs.

  2. Garantir acesso integral à saúde, incluindo saúde sexual, reprodutiva, ginecológica e materno-infantil.

  3. Prevenir e combater a violência doméstica, sexual e familiar.

  4. Apoiar a manutenção e recuperação do vínculo materno-filial, evitando separações traumáticas.

  5. Promover capacitação profissional, empregabilidade e autonomia econômica.

  6. Articular políticas de reinserção social e familiar.

  7. Produzir e monitorar indicadores de gênero específicos, baseados em evidências.

  8. Sensibilizar sociedade e gestores públicos sobre as especificidades da dependência química feminina.

Diretrizes de Ação
  1. Acolhimento Humanizado: Garantir ambientes terapêuticos livres de revitimização, com equipes capacitadas em perspectiva de gênero.

  2. Saúde Integral da Mulher: Oferecer pré-natal, planejamento reprodutivo, exames preventivos, prevenção de ISTs, saúde mental e acompanhamento contínuo.

  3. Proteção contra Violência: Integrar CTAs a redes de proteção como Delegacias da Mulher, CREAS, Juizados de Violência Doméstica e casas-abrigo.

  4. Maternidade e Infância: Criar estruturas adequadas para acolhimento de mães e filhos, prevenindo rupturas familiares desnecessárias.

  5. Autonomia Econômica: Firmar parcerias com empresas, cooperativas e programas de economia solidária para capacitação e inserção produtiva.

  6. Reinserção Social: Estimular ações de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, com apoio da assistência social e do sistema de justiça.

  7. Indicadores e Monitoramento: Estabelecer métricas claras de desempenho, assegurando avaliação contínua e melhoria das políticas.

  8. Educação e Conscientização: Realizar campanhas públicas e audiências para combater estigmas e preconceitos contra mulheres em recuperação.

Metas e Indicadores

Exemplos de indicadores a serem monitorados:

  1. Percentual de CTAs com espaços exclusivos para mulheres;

  2. Número de mulheres atendidas com acesso a serviços de saúde integral;

  3. Taxa de reinserção familiar e de recuperação da guarda dos filhos;

  4. Percentual de mulheres inseridas no mercado de trabalho após o acolhimento;

  5. Redução de casos de revitimização durante o processo de acolhimento;

  6. Índice de reincidência no uso de drogas entre mulheres após acompanhamento;

  7. Participação em programas de capacitação e empreendedorismo social.

Instrumentos de Implementação
  1. Protocolos nacionais de acolhimento com recorte de gênero;

  2. Convênios e parcerias interinstitucionais (saúde, justiça, segurança, assistência social, trabalho e renda);

  3. Capacitação permanente de equipes multiprofissionais;

  4. Campanhas nacionais de sensibilização e enfrentamento ao estigma;

  5. Sistema unificado de registro e monitoramento de indicadores de gênero nas CTAs;

  6. Fomento a pesquisas e produção de dados científicos sobre mulheres em recuperação.

 Impactos Esperados
  1. Ampliação da rede de proteção e do acesso a serviços específicos para mulheres;

  2. Redução da reincidência e prevenção de recaídas;

  3. Fortalecimento da autonomia econômica e social das acolhidas;

  4. Restabelecimento de vínculos familiares e proteção de crianças;

  5. Redução de casos de violência doméstica e de exploração feminina;

  6. Consolidação de um modelo de acolhimento justo, inclusivo e sensível às questões de gênero.

 Síntese

O Eixo Mulheres da Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas Acolhedoras (CTAs) constitui-se como política pública estratégica de gênero, voltada a transformar realidades, romper ciclos de violência e exclusão e criar condições para que mulheres em situação de dependência química reconstruam suas vidas com dignidade, segurança e autonomia.

Foto de Dep. Benedita da Silva

Dep. Benedita da Silva

Benedita Souza da Silva Sampaio, conhecida como Benedita da Silva, é uma política e ativista brasileira nascida em 26 de abril de 1942, no Rio de Janeiro. Filha de uma lavadeira e um pedreiro, cresceu na favela do Chapéu-Mangueira, onde iniciou sua militância social. Foi a primeira mulher negra a ser eleita vereadora no Rio de Janeiro em 1982, deputada federal constituinte em 1986, senadora em 1994, vice-governadora em 1998 e governadora do estado em 2002. Atualmente, é deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro, cargo que ocupa desde 2011. Sua trajetória é marcada pela defesa dos direitos das mulheres, da população negra e das comunidades periféricas.

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